segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sonho próximo da realidade

Pessoal tenho uma grande vontade de colocar meu aquário para competir na CBAP 2009, pelo menos espero que o concurso seja feito ano que vem, esse ano resolvi tomar conhecimento sobre o concurso já tarde demais inviabilizando a inscrição do meu aquário para o concurso, além do que meu aquário não está 100% preparado para tal concurso.
Tenho ainda que acertar muito parâmetros do mesmo para que ele possa concorrer porque ele precisa passar por um processo do fechamento do carpete que até o final do ano que vem espero que já esteja completo, acho que meu carpete hoje esta com cerca de 25% de cobertura no meu fundo do aquário, espero que o restante esteja pronto até o ano que vem.
Minhas plantas precisam se acertar mais ainda e eu preciso comprar novas espécies para que meu layout ainda fique mais completo.
Tenho um musgo de java que vai cobrir até final do ano que vem todo o tronco onde ele fica, tornando - se uma atração muito bonita para meu aquário, espero que até lá não tenha nenhum surto de algas, estou tentando fazer de tudo para que isso não ocorra, já prestei atenção e pude perceber que quanto mais peixe, mais algas, e se tiver poucas plantas também o mesmo acontece.
A minha população de molinésias andou sofrendo "baixas" por conta de um Ictio que infernizou o meu aquário mas agora me parece estar tudo resolvido (espero...), passado todo esse tempo de doença todos os alevinos que existiam morreram por causa da contaminação inviabilizando o processo de criação de alevinos.
Uma das Fêmeas também morreu em decorrência da doença uma triste tragédia porém os que restaram (3 Fêmeas e 2 Machos), continuaram a viver saudáveis pena que uma tuberculose atingiu um dos machos, agora somente estou com um reprodutor.
A tuberculose foi causada infelizmente por falta de variação com alimentos saudáveis para os peixes, esse problema também foi resolvido com a compra de artêmias vivas, servindo - as em conjunto com a ração Alcon Guppy, que também em breve será associada com outras mais ricas e proteínas e vitaminas, a compra dos besouros do amendoim para cultivo dos mesmos já esta sendo estudada também, será mais uma fonte de vitamina aliada as boas rações que pretendo comprar.
Espero que tudo de certo para assim em 2009 poder mostrar a todos meu plantado de 110 Litros com "SUMP" e meu peixes molinésias e seus alevinos.

Até lá...

domingo, 26 de outubro de 2008

Ciclo do Nitrogênio

As primeiras semanas de um aquário novo são fundamentais para o sucesso dele. Antes de pensarmos em adquirir peixes para colocarmos em nossos aquários, devemos primeiramente preparar a "casa" para eles. Um aquário é um pequeno mundo vivo em miniatura, e preparar a casa significa estabelecer neste mundinho toda a biologia necessária, que possibilitará vida saudável em um ambiente fechado e pequeno. As fezes, a alimentação não consumida, os dejetos dos peixes e qualquer outra matéria orgânica que se acumula não desaparecem do aquário por efeito de magia. Eles são decompostos por microorganismos, muitas vezes resultando em substâncias tóxicas. Mas como a natureza é sábia existem seres que nada mais querem do que transformar essa matéria decomposta em outros compostos que possam ser novamente aproveitados por outros seres. Uma das mais importantes classes de compostos que resultam da decomposição são os nitrogenados, e o processo pelo qual eles são gradativamente transformados é chamado de Ciclo do Nitrogênio.

Como e quem faz essas transformações? São seres microscópios chamados bactérias nitrificantes, cuja função na natureza são de decompositores dos compostos nitrogenados. Ao montarmos um aquário novo, essas bactérias só existem em quantidades muito pequenas (aquelas poucas que por acaso vieram junto com a água, com o cascalho, etc.). Portanto é fundamental, nas primeiras semanas, fazer com que esta colônia de bactérias se multiplique até atingir uma quantidade que seja capaz de processar os dejetos dos peixes que virão a seguir. Assim, dependemos da formação de uma boa colônia de bactérias nitrificantes para que possa haver vida saudável em nossos aquários. Na linguagem do aquarismo, esse período inicial de formação da colônia costuma ser chamado de ciclagem do aquário. Um aquário só estará pronto para receber a população principal de peixes quando ele estiver devidamente ciclado. Este processo normalmente leva entre 2 e 6 semanas para se completar.

Vamos entender melhor como é este ciclo. O nitrogênio (N) é um elemento químico que entra na constituição de duas importantíssimas classes de moléculas orgânicas: proteínas e ácidos nucleicos. Embora esteja presente em grande quantidade no ar, na forma de gás nitrogênio (N2), poucos seres vivos o assimilam nessa forma. Apenas alguns tipos de bactéria, principalmente cianobactérias (antigamente conhecidas como algas azuis ou cianofíceas), conseguem captar o N2, utilizando-o na síntese de moléculas orgânicas nitrogenadas. Essas bactérias são denominadas fixadoras de nitrogênio. Eles acabam sendo comidas por outros organismos, que por sua vez são comidos por outros animais, e assim por diante até que os compostos nitrogenados estejam espalhados por todos os seres vivos.

Quando esses compostos nitrogenados são liberados, (pela morte de um organismo, ou parte dele, ou pelas suas excreções), eles são processados por bactérias decompositoras, e um dos principais produtos dessa decomposição é o gás Amônia (NH3). A amônia, em contato com a água, forma o Hidróxido de Amônio (NH4OH), uma substância altamente tóxica que em grandes concentrações tem o efeito de uma base altamente corrosiva. A amônia é uma substância muito perigosa para os peixes, e a sua toxicidade depende da temperatura, do pH e da salinidade da água. Por exemplo, quanto mais ácido for o pH, mais Hidróxido de Amônio é neutralizado e portanto diminui a toxicidade da amônia. Por outro lado, quanto mais alcalino o pH mais perigosa é a Amônia. Felizmente, essa substância é consumida por bactérias do gênero Nitrosomonas, que na presença de oxigênio transformam a amônia em Nitrito (NO2-) obtendo energia através do seguinte processo:

2 NH3 + 3 O2 ----> 2 HNO2 + 2 H2O + Energia

O HNO2 (ácido nitroso) dentro da água se dissolve liberando o íon nitrito (NO2-). O nitrito é mais uma substância altamente tóxica para plantas e animais, mas felizmente ele também não se acumula em um aquário bem montado, pois logo as bactérias do gênero Nitrospira o transformam em Nitratos (NO3-), também obtendo energia pela reação:

2 HNO2 + O2 ----> 2 HNO3 + Energia

Agora sim, o nosso nitrogênio que partiu das moléculas orgânicas decompostas finalmente assumiu uma forma bem menos tóxica. No aquário, o nitrato vai lentamente acumulando como resultado desse processo. Mas não devemos deixá-lo acumular muito porque isso acaba levando ao crescimento excessivo de algas que o aproveitam como nutriente. Para evitar isso, fazemos regularmente trocas parciais de água e, melhor ainda, colocamos plantas naturais no aquário, pois o nitrato é prontamente consumido por elas. Aliás, as plantas também são boas consumidoras de amônia, e portanto ajudam muito a manter essa toxina sob controle.

As bactérias nitrificantes irão fixar-se em qualquer local onde haja uma boa oxigenação (visto que o processo principal do ciclo é aeróbico, ou seja, com a presença de oxigênio). Porém, as colônias serão mais prósperas em locais onde não haja muita luz, e onde a corrente de água não as moleste em demasia. Esta é a parte mais importante do Ciclo do Nitrogênio em termos de aquarismo, mas na verdade ele não para por aqui. Por exemplo, se faltar oxigênio na água o Nitrato pode ser transformado novamente em Nitrito ou então, por um processo chamado denitrificação, ele volta a ser transformado por bactérias anaeróbicas em nitrogênio gasoso (N2), e o ciclo fica completo.

Agora que sabemos como é o Ciclo do Nitrogênio, podemos entender melhor como devemos proceder em um aquário novo para garantir um ambiente saudável para os peixes. O processo de colonização dessas bactérias ocorre sem que seja necessária a sua intervenção, basta que haja uma fonte de matéria orgânica. Uma vez montado o aquário, colocada a água e ligados os filtros, precisamos fornecer um pouco de amônia para dar início ao processo de ciclagem. Às vezes a própria água de torneira já vem com amônia, mas em geral é melhor incentivar o processo. Mais uma vez, uma ótima maneira de começar é colocando plantas naturais. O seu próprio metabolismo e as folhas que caem fornecem o nitrogênio inicial, e como já dissemos elas ajudam a evitar que o nivel de amonia suba demais. Também se pode colocar uma pitada de ração, ou um pequeno pedaço de peixe ou camarão, e existem produtos comerciais incentivadores do ciclo. Outro bom procedimento é usar um pouco de cascalho e/ou água de um aquário já maturado, que esteja seguramente em boas condições.

É muito comum colocar "peixes cicladores" para acelerar o processo também. Acrescenta-se uns 2 ou 3 peixes resistentes (paulistinhas, por exemplo) para viver no aquário enquanto este está passando pela ciclagem. Mas este não é um bom procedimento pois se está submetendo estes peixes a um stress desnecessário. O ideal é comprar um kit de testes completo de água doce (pH, amonia, nitrito, nitrato) e acompanhar as subidas e descidas da amônia e do nitrito. Quando o nitrito cair a zero depois de ter subido, o aquário está pronto para iniciar a colonização dos peixes. Mas mesmo assim a população deve ser aumentada gradualmente, para permitir que a quantidade de bactérias também vá se adaptando ao aumento da carga biológica.

domingo, 19 de outubro de 2008

Matéria completa sobre filtração

O que é Filtração?

Uma operação de filtração consiste essencialmente em fazer passar um fluido (líquido ou gás), por um dispositivo (filtro) formado por uma ou mais camadas de materiais diversos, conhecidos conjuntamente como o “meio filtrante”. Essa operação visa obter como produto, o fluido introduzido em estado de maior “pureza”, ou seja mais livre de eventuais agentes “poluentes” (físicos, químicos e biológicos).

Este artigo trata da filtração da água para um aquário, levando em consideração as características e necessidades essenciais desta atividade. Porém, algumas considerações gerais a respeito de filtros utilizados para outras finalidades serão discutidas discutidas no texto.
Por que Filtrar?

Em um ecossistema semi-aberto como um aquário, onde são constantemente introduzidas porções de matéria orgânica (alimentos, plantas, peixes, microorganismos, etc.), o consumo dos alimentos e nutrientes por parte dos seres vivos gera uma “carga” de dejetos poluidores que tendem a se acumular ao longo do tempo, causando um desequilíbrio orgânico, físico e químico no meio. Ou seja, a água do aquário é gradativamente poluída por seus próprios ocupantes, tendendo a ficar turva, carregada de substâncias químicas nocivas (nitritos, nitratos, amônia, fosfatos...), povoada com algas indesejáveis, com o pH alterado, etc.

Para contrabalançarmos esses efeitos precisamos intervir para eliminar os detritos e compostos indesejáveis acumulados da melhor maneira possível. Para essa tarefa, um dos melhores recursos com que o aquarista pode contar é o filtro.

Tipos de Filtração
Relacionamos e discutimos a seguir as diversas maneiras pelas quais as operações de filtração realizam a tarefa de purificar a água.

Filtração por Gravidade

Pouco utilizado em aquarismo, consiste em introduzir o líquido pela parte superior do recipiente filtrante e deixá-lo escoar através das camadas filtrantes por ação da gravidade. Bastante econômico operacionalmente, é um filtro de ação relativamente lenta, cuja velocidade de filtração depende essencialmente da altura da coluna d’água acima do elemento filtrante, (normalmente areia é utilizada para esta finalidade), da granulometria do mesmo e, claro da quantidade de material em suspensão no líquido que, ao ser retirado, vai gradualmente “entupindo” o filtro, exigindo limpezas periódicas.

Por sua praticidade e baixo custo, esse tipo de filtro é utilizado largamente em estações de tratamento de água para consumo humano, onde filtração em larga escala se torna necessária. A sua ação é basicamente física, retirando do líquido matéria sólida em suspensão (detritos). Um outro exemplo bastante simples e corriqueiro deste tipo de filtro é o filtro de café, feito com um funil de papel ou coador de pano.

Filtração por Circulação Forçada

Este tipo de filtração consiste em “forçar” a passagem do líquido através das camadas filtrantes por meio de bombeamento, para aumentar a velocidade da operação. Este é o principal método utilizado em aquarismo, onde é necessário uma boa capacidade de filtração em pouco espaço, com equipamentos de porte relativamente pequeno, e também uma boa facilidade de controlar ou intervir no filtro a qualquer tempo.

A capacidade final de filtração obtida por este processo depende do poder de compressão da bomba ou estação de bombeamento para gerar o fluxo do líquido, da altura da coluna d’água, e da permeabilidade total da(s) camada(s) de filtração utilizada(s).

Filtração Física (ou Mecânica)

Muito da amônia gerada em um aquário se origina da decomposição de matéria orgânica (restos de comida, excrementos, urina, microorganismos, etc). Se pudermos retirar os detritos do sistema em seu estado macroscópico, antes que comecem a se decompor, estaremos contribuindo antecipadamente para a limpeza química do meio.

A Filtração Física consiste em retirar as impurezas macroscópicas (orgânicas e inorgânicas) existentes em suspensão na água do aquário pelo método simples de passá-la através de um “coador”. Este tipo de filtração não é capaz de retirar bactérias e plâncton de reduzidas dimensões, e muito menos substâncias químicas dissolvidas na água.

Esta é normalmente, a primeira etapa de um processo de filtração, sendo o produto da mesma (água livre de detritos), “entregue” às demais etapas, que assim não correm o risco de sofrer entupimentos físicos.

Diversos materiais podem ser utilizados nessa etapa, tais como esponjas, cartuchos de papel ou fibra, e mantas de material sintético, sendo o mais difundido e utilizado atualmente o Perlon, que pode ser utilizado em camadas, sacos, etc., acomodando-se aos mais diversos tipos de filtro e espaços disponíveis para acomodar esta “camada” da filtração. Trata-se de um material neutro, não interferindo com as características químicas da água, quer pela retirada que pela adição de elementos.

Podemos utilizar mantas de lã acrílica do tipo usado para o estofamento de móveis em lugar do perlon, para a filtração física. Este material deve ser limpo a cada 15/30 dias dependendo da capacidade do filtro x volume do aquário, e trocado a cada 3 meses aproximadamente. Obviamente, dependendo das condições locais, este espaçamento entre as datas de manutenção poderá ser modificado.

Nunca deveremos utilizar a lã de vidro verdadeira em filtros, pois esse material solta “farpas” afiadas (virtualmente invisíveis na água), que representam um sério risco de ferimentos para os nossos “pupilos”.

É recomendável manter, no mínimo, dois circuitos de filtração alternativos (particularmente em aquários grandes), para prevenir contra acidentes. Outras vantagens estão no fato de haver captação da água para filtração em mais de um ponto do aquário, e de oferecer maior segurança quanto à proteção das colônias de bactérias, minimizando problemas caso haja a perda acidental de uma das colônias enquanto se faz a limpeza de um filtro. Manter equipamento(s) de reserva, devidamente ciclados, é uma alternativa válida para quem tem muitos aquários, ou aquários pequenos. Em aquários com injeção de CO2 deve-se procurar agitar a água o menos possível, para não provocar a liberação do CO2 dissolvido.

Filtração Biológica

Esta é a denominação que se dá às ações nitrificante e desnitrificante proporcionadas pelas colônias de bactérias, fundamentais para a saúde do nosso míni ecossistema. Conjuntamente, as bactérias existentes no aquário (paredes, substrato, plantas, água, etc.), e no filtro biológico atuam permanentemente de modo a manter em equilíbrio o meio que, sem sua presença rapidamente se tornaria inabitável.

Existem na Natureza vários tipos de bactérias capazes de decompor a amônia em compostos menos tóxicos (Nitritos e Nitratos). Elas existem naturalmente no meio ambiente (substrato, plantas, água, etc.), e não necessitamos nos preocupar em adicioná-las a nossos aquários. A própria Natureza se encarregará disso para nós. Bastará deixar um aquário recém-montado em repouso (com a circulação de água ativa) por algum tempo, que as colônias de bactérias crescerão e se estabelecerão naturalmente por toda a parte, prendendo-se em paredes, cascalho, rochas, plantas, nos elementos do filtro, enfim em toda e qualquer superfície submersa (até nos próprios peixes e outros organismos).

Estudos recentes mostram que a absorção da amônia pelas plantas aquáticas é muito mais rápida que a absorção dos nitratos, existindo essencialmente uma competição entre plantas e bactérias pela amônia dissolvida. E que as plantas necessitam basicamente desdobrar nitritos e nitratos em amônia que será então absorvida.

As colônias de bactérias necessitam essencialmente de: um local para se fixarem, e nutrientes (Nitrogênio e Oxigênio) para viver. Para a fixação das colônias de bactérias, são utilizados com freqüência anéis de cerâmica porosa ou também as bio-balls, que proporcionam uma grande superfície (externa e interna) possibilitando o estabelecimento de grandes quantidades de colônias de bactérias.

Para a filtragem biológica, podemos substituir os anéis de cerâmica, ou as bio-balls, por pedaços (cacos) de cerâmica porosa, obtidos a partir de velas de filtro quebradas (porém não devemos usar as que têm prata em suas paredes internas, pois este é um elemento, prejudicial ao desenvolvimento das colônias de bactérias). Durante a manutenção do filtro deve-se procurar manter úmidos os seus componentes (anéis, cacos de cerâmica, etc.), mantendo-os mergulhados em água, (de preferência retirada do próprio aquário).

Podemos também utilizar mantas de espuma de malha aberta, do tipo utilizado em filtros de aparelhos de ar-condicionado, como elemento de fixação das colônias (na manutenção esta espuma deve ser lavada apenas com água desclorada, e não muito ativamente, para não prejudicar as colônias).

Nunca devemos trocar integralmente (a menos de acidentes por contaminação bacteriana), todos os elementos da filtragem biológica ao mesmo tempo. Quando necessário é recomendável fazer a troca por partes (duas trocas de 50% em 30 dias, ou três de 33% com intervalo de 15 dias).

Não mais utilizar os FBF (Filtros Biológicos de Fundo), considerados hoje mais como causadores de complicações do que utilidade.

A filtragem biológica é normalmente feita após a filtragem física, dessa maneira as colônias de bactérias receberão uma água já livre de detritos, para “trabalhar”, reduzindo-se assim o risco de entupimento dos poros dos elementos de cerâmica.

Se a filtração biológica é capaz de resolver o problema da intoxicação do meio, por que, então, necessitamos de outros tipos de filtração ?

A filtração biológica ocorre a uma velocidade relativamente lenta comparada com os outros métodos. Assim sua utilização de modo isolado limitaria bastante a quantidade de peixes que poderíamos colocar no ambiente. Por isso ela é normalmente complementada por outros tipos de filtração que reforçam a capacidade de estabilização do meio.

Filtração Química

Filtração Química é a remoção de substâncias dissolvidas na água do aquário a nível molecular. Estas substâncias, quanto à sua natureza, podem ser polarizadas (íons) e não polarizadas (moléculas). O método mais empregado para este tipo de filtração consiste em passar a água por uma camada de Carvão Ativado (CA), que é mais eficiente para a remoção de moléculas, mas que funciona também com alguns íons.

O CA pode conter elevados níveis de fosfato (nas cinzas internas), que poderá ser dissolvido na água do aquário. Isso é particularmente nocivo ao aquarismo marinho, mas também não é bom para os aquários de água doce. Portanto, ao adquirirmos CA deveremos dar preferência aos especificamente produzidos para utilização em aquários.

Este problema pode ser diminuído fazendo-se a imersão prévia do CA em água limpa (renovada), algum tempo antes de sua utilização (2 a 3 semanas). Com isso estaremos fazendo uma dissolução prévia do fosfato e outros materiais, porventura existentes, atenuando seus efeitos.

Existe por parte de alguns aquaristas uma preocupação em relação à adsorção pelo CA de nutrientes minerais vitais requeridos pelo ecossistema do aquário. Ocorre que o esgotamento de nutrientes minerais é algo que ocorrerá tanto em aquários plantados como em aquários marinhos pelo consumo dos organismos vivos, e isso ocorrerá com ou sem a presença do CA no sistema. Considera-se que os ganhos proporcionados por sua utilização são suficientemente grandes em relação aos “prejuízos”, para justificar plenamente sua utilização.

A utilização do CA deve ser suspensa enquanto estivermos administrando algum medicamento, adubação química, etc., na água, pois o CA poderá absorver da água os remédios ou alguns produtos químicos de maneira seletiva, prejudicando os resultados pretendidos.

CA já utilizado pode ser (parcialmente) reativado domesticamente aquecendo-o no forno a cerca de 150 oC e lavando-o em água pura sucessivamente. Através deste processo será feita a eliminação dos gases aprisionados, permanecendo porém no interior dos poros as moléculas de material mais pesado (ex.: metais tóxicos), que não serão eliminadas pelo aquecimento, razão pela qual este procedimento é contra-indicado em aquarismo. Apenas em laboratórios, com equipamentos adequados e testes apropriados a recuperação poderá ser feita com segurança.

Felizmente o custo do CA é suficientemente reduzido, possibilitando-nos usá-lo em quantidades razoáveis. É recomendável lavar bem o carvão antes de utilizá-lo, para remover o pó que sempre se acumula em sua superfície.

Quanto de CA utilizar é uma recomendação difícil de ser feita, mas se verifica que a utilização de quantidades menores, com trocas mais freqüentes funciona melhor do que o oposto. Como ponto de partida, experimente usar 250 ml (1 copo de requeijão) para cada 150 litros de água, fazendo trocas mensais do CA. Não se deve utilizar carvão comum (vegetal ou animal) em substituição ao Carvão Ativado.

Além do CA diversos outros materiais foram desenvolvidos para a filtragem química. Um deles é a argila de zeolita, capaz de remover amônia da água. Útil para emprego por curtos períodos, pode se tornar prejudicial a longo prazo. Interfere também na ciclagem de aquários novos, impedindo a formação das colônias de bactérias.

Outro tipo de substâncias, relativamente recentes, que podem ser utilizadas para a filtração química são as Resinas Deionizadoras, formadas por materiais (há diversos tipos), que possuem a capacidade de retirar (absorver) íons dissolvidos na água. São bastante eficientes, mas possuem atualmente custos bem mais elevados do que o CA, possuindo porém em alguns casos a capacidade de absorver substâncias sobre as quais o CA não tem capacidade de adsorção.

Os filtros do tipo Skimmer possuem pronunciada atuação na remoção de detritos químicos, sendo hoje largamente utilizados em aquarismo marinho.

Ordem das Seções na Filtração

Foi dito anteriormente que a ordem de filtração é normalmente feita com a seção de filtração física posicionada em primeiro lugar em relação ao fluxo de água. Isso não é absolutamente verdadeiro, pois há sistemas de filtração (inclusive comerciais), em que a ordem das seções filtrantes é diferente, por exemplo, com a seção responsável pela filtração biológica posicionada no início do percurso da água a ser filtrada.

Há defensores de diferentes métodos, baseados em diferentes motivos. O interessante e importante é que todos os métodos funcionem bem, havendo com certeza outros mais que poderão ser utilizados com bons resultados.

Observe que, além das três categorias de filtração acima (física, biológica e química), outras seções complementares poderão ser adicionadas a um filtro em operação, conforme a necessidade e desde que a sua configuração física assim o permita, por exemplo, uma seção contendo material alcalinizante poderia ser incorporada temporariamente em aquários que estejam necessitando deste tipo de correção.

Outra seção que poderia ser útil poderia ser preenchida por fibras de xaxim, turfa ou similares, que tem a ação de acidificar levemente a água, com um efeito “envelhecedor” adicional.

Ou seja, há uma grande diversidade de materiais filtrantes e auxiliares disponíveis e eles podem ser usados de várias maneiras para atingirmos os objetivos desejados. Poderíamos por exemplo, compor um filtro destinado ao tratamento preliminar da água da torneira, dispensando (ou complementando) a utilização dos produtos químicos normalmente usados para essa finalidade.

Fluxo da Filtração

Recomenda-se como parâmetro geral para o fluxo de circulação da água pelos filtros, um fluxo horário de 5 a 10 vezes a capacidade bruta do aquário (litros/hora). Estes valores são recomendáveis como referências iniciais seguras, particularmente para filtros do tipo externo de pendurar (power filters), cuja capacidade em termos de quantidade de mídia filtrante é pequena em comparação com outros tipos de filtro. Para outros tipos de filtro (canister, dry-wet, etc.) o fluxo de água ideal poderá variar conforme o caso, pois sua maior capacidade em termos de mídia pode compensar com sobras uma eventual redução no fluxo de água.

Para realizar um ou mais dos tipos de filtração descritos na parte anterior, existe uma grande quantidade de tipos de filtros. A seguir vamos descrever e conceituar os tipos mais conhecidos quanto às suas características, tipo de filtração executada, equipamentos, capacidades, cuidados, recomendações, etc.

Filtros Internos

Estes são os filtros projetados para funcionar inteiramente dentro do aquário. Seu custo é normalmente baixo e apresentam uma boa eficiência em relação à potência consumida. São de utilização bastante prática, normalmente de porte pequeno, mas costumam interferir com a estética do ambiente, além de tomarem parte do espaço do aquário. Relatos de “acidentes” com este tipo de filtro, onde ocorre a reintrodução na água aquário de parte dos detritos retirados anteriormente e armazenados nos elementos filtrantes, fazem-nos não gostar muito da idéia básica de funcionamento dos mesmos.

Filtros de Esponja / Filtros de Canto

Os filtros de esponja ou de canto baseiam-se em fazer circular a água através de uma espuma porosa, usando uma bomba ou o borbulhamento de ar em um tubo ou caixa plástica, colocados em um canto do aquário (de onde deriva o seu nome). O fluxo de água através da esponja propicia o crescimento de uma colônia de bactérias responsáveis pela neutralização da amônia e nitrito dissolvidos na água.

Este é um tipo de filtro bastante primitivo e econômico, que pode ser útil em pequenos aquários tais como aquários de quarentena, hospitais, criatórios, etc., pois pode ser fácil e rapidamente construído, com custos mínimos.

Sua capacidade de filtração, porém, é reduzida em relação a outras opções, motivo pelo qual aconselhamos seu uso apenas em situações “emergenciais”. Tem os inconvenientes de ocupar espaço interno no aquário e requerer manutenção freqüente, durante as quais não se deve fazer a troca de todo o material filtrante para preservar pelo menos parte da colônia de bactérias.

Filtros Biológicos de Fundo (FBF) / Undergravel Filters

Este tipo de filtro constituiu a “primeira geração” dos filtros biológicos para aquários. Considerados hoje obsoletos pelos aquaristas mais experientes, eles ainda se encontram à venda nas lojas do comércio aquarista por todo o país. Tem como principais aliados para sua sobrevivência o baixo custo e a ignorância dos que estão iniciando no aquarismo, sobre suas limitações e sobre as vantagens de outros tipos de filtros.

O FBF é um filtro interno, constituído basicamente por uma camada de placas perfuradas (uma grade), em material plástico colocada no fundo do aquário, sobre a qual é colocado cascalho (obrigatoriamente de granulação elevada). Uma ou mais das placas possui uma torre de saída, à qual é conectada uma bomba que, agindo por sucção, faz com que a água circule através da camada de cascalho, passando pela grade para a parte inferior do aquário de onde será aspirada pela bomba e lançada de volta para a parte “superior” do aquário.

Os filtros FBF contam essencialmente com a capacidade de tratamento biológico das colônias de bactérias que se formam no substrato, para o tratamento da água do aquário. Pouca ou nenhuma ação de filtração mecânica oferecem, uma vez que a granulometria do cascalho é bastante elevada, não sendo capaz de reter matéria em suspensão.

A situação do aquário se complica quando a montagem envelhece, pois a tendência do FBF é acumular matéria orgânica entre o cascalho e a parte inferior das placas, tornando-se, com o passar do tempo, verdadeiros “circuladores de sujeira” incorporados ao aquário. Como se isso não bastasse, desativar um FBF não é tarefa das mais agradáveis, uma vez que essa operação implica em desmontar e refazer todo o setup do aquário.

Sistema Jaubert de Filtragem

Também denominado sistema Plenum, sistema Mônaco ou sistema NNR (Natural Nitrate Reduction), é utilizado em aquários marinhos. Este sistema tem uma aparente semelhança ao FBF (por utilizar o mesmo tipo de placas), mas possui algumas modificações importantes. Desenvolvido e patenteado pelo Dr. Jean Jaubert em 1995, o Sistema Jaubert, como ficou conhecido, é formado essencialmente da seguinte maneira:

Em um aquário, colocam-se as placas de filtro de fundo, com uma ou duas placas com torre de sucção (dependendo do tamanho do aquário), sobre as placas é colocada uma tela de nylon e a seguir uma camada de cascalho fino de Halimeda e/ou cascalho de Coral, contendo aragonita, com uma espessura de 3 a 4 cm (ou mais, dependendo do porte do aquário).

Com a ajuda de bombas conectadas às torres das placas, a água é circulada por cerca de uma semana de modo a propiciar a formação de colônias de bactérias, devendo-se a seguir retirar as bombas e fechar as aberturas das torres de sucção das placas.

A seguir, sobre o cascalho, deve ser colocada uma segunda tela de nylon, sobre a qual é colocada uma segunda camada de cascalho (pode ser mais grosso) do mesmo material, também com a espessura de 3 a 4 cm (ou mais).

Relativamente fácil de montar, e de custo muito acessível, este filtro foi bastante utilizado até recentemente. Ultimamente porém, vem caindo em desuso e sendo substituído por opções modernas mais eficientes e fáceis de controlar.

Filtros Externos

Como o seu nome genérico implica, esta categoria de filtros funciona externamente ao aquário, sendo a água circulada através dele e de volta ao aquário por um processo qualquer (gravidade, bombeamento, etc.).

Existe disponível no mercado uma grande variedade de tipos, tamanhos e modelos de filtros desta categoria, de diversos fabricantes, além de podermos também encontrar facilmente na Internet, uma grande quantidade de projetos FVM/DIY (Faça Você Mesmo/Do It Yourself), de excelente qualidade, com ótimos resultados finais e custos normalmente bem inferiores aos dos equipamentos comerciais.

A opção de uso entre os filtros comerciais e os montados envolve essencialmente considerações de custo, espaço, estética, tempo disponível, flexibilidade de uso, tendência pessoal, etc. A qualidade final dos resultados obtidos é perfeitamente equivalente, obtendo-se montagens bem equilibradas tanto usando-se filtros comerciais como filtros montados.

De nossa parte, sempre que o aspecto estético o permite, damos preferência aos projetos montados por considera-los mais flexíveis e adaptáveis a novas circunstâncias, associados a custos significativamente inferiores aos produtos de mercado. Porém, utilizamos também em várias montagens, equipamentos comerciais com excelentes resultados.

Filtros Externos de Pendurar / Power Filters

Este tipo de filtro funciona “pendurado” em uma das paredes do aquário (fundo ou lateral). Ele consiste basicamente em uma estação de bombeamento que aspira água do aquário por meio de um tubo nele mergulhado, forçando sua passagem através das seções de material filtrante existentes em seu reservatório. A água, após filtrada, retorna ao aquário por uma calha existente na parte superior do filtro, tal como uma cascata, a qual serve também como suporte para a fixação e apoio do filtro no aquário.

São bastante práticos e eficientes, prontos para uso imediato, necessitando apenas uma rápida montagem, que consiste essencialmente em encaixar peças conforme o modelo do filtro. Sua eficiência porém, faz com que seja necessário observar um certo cuidado em relação à aspiração que, sendo bastante forte pode facilmente sugar alevinos, ou mesmo pequenos peixes para o interior do filtro.

Para evitar esse risco, recomendamos bloquear a entrada do tubo com uma tela de nylon de modo a proteger os peixes menores, embora esta providência prejudique um pouco a eficiência do filtro. Existem no mercado diversas boas opções deste tipo de filtro, que apresentam algumas variações quanto às suas características mais importantes, tais como:
- Possibilidade (ou não) de regulagem do fluxo d’água (volume de filtração/hora);
- Diferenças de nível de ruído operacional;
- Potência elétrica consumida;
- Facilidade de obtenção dos materiais de reposição originais;
- Maior ou menor custo dos materiais de reposição originais;
- Possibilidade (ou não) de substituição dos materiais originais por equivalentes “caseiros”;
- Possibilidade (ou não) de modificação do setup de filtração;

Filtros tipo Canister / Canister Filters

Seu nome deriva da palavra inglesa canister (reservatório geralmente cilíndrico para estocagem), significando que esta categoria de filtros consiste basicamente em um reservatório onde ficam contidas as seções filtrantes. As seções podem ser acomodadas em bandejas ou prateleiras no caso de filtros com fluxo vertical, ou em seções separadas por divisórias, nos filtros com fluxo horizontal.

Semelhantes em “filosofia” aos filtros de pendurar, mas com um dimensionamento mais avantajado, alguns destes filtros possuem bombeamento incorporado, enquanto outros necessitam de uma estação de bombeamento externa (particularmente os montados a partir de projetos DIY).

Muito eficientes em sua maioria, proporcionam uma grande flexibilidade de configuração, permitindo a seus usuários modificar facilmente o conteúdo das seções filtrantes conforme a necessidade do momento. Como desvantagem podemos apresentar a maior necessidade de espaço para operar, e uma instalação mais complexa em relação aos anteriores.

Este tipo de filtro (particularmente os montados), apresentam normalmente a melhor relação custo-benefício, que, associada às suas características de flexibilidade o tornam provavelmente o preferido entre aquaricultores da atualidade.

Filtros tipo Copo

Este tipo de filtro é totalmente modular. Ele é formado por diversas seções filtrantes independentes conectadas entre si por tubulações. Cada uma das seções é responsável pela execução de um tipo de filtração, sendo sua manutenção bastante facilitada, pois podemos atuar em qualquer das seções do filtro sem interferir nas demais.

Na prática funciona como se tivéssemos um filtro canister em que cada seção filtrante fosse isolada das demais em seu respectivo recipiente (copo). Este filtro, por sua modularidade, é altamente configurável, permitindo adicionar ou retirar elementos filtrantes a qualquer tempo, conforme a necessidade.

Seus maiores inconvenientes são o custo elevado, o maior espaço requerido para seu funcionamento, e a dificuldade de utilização de meios filtrantes alternativos, uma vez que é difícil conseguir substitutos para os cartuchos padronizados utilizados.

Filtros tipo Sump

Seu nome se baseia na palavra inglesa sump que significa local (ou recipiente) para coleta de água drenada.

Este tipo de filtro consiste basicamente em um aquário-reservatório adicional, para o qual é transferida gradualmente parte da água do aquário principal a ser tratada, que é restituída após a filtragem. Neste reservatório são colocados os elementos filtrantes em seções.

O reservatório destinado ao sump pode ser integrado ao aquário fazendo parte do mesmo por projeto de construção, ou um recipiente adicional, incorporado posteriormente a um aquário de construção comum. A transferência da água para o sump pode ser feita por meio de gravidade (transbordo) ou sifonagem do aquário para o sump, enquanto que a devolução da água é feita por bombeamento. Como regra básica o volume de água do sump deve ser de no mínimo 20% do volume total do aquário. Essa reserva adicional de água oferece a vantagem de aumentar a estabilidade do conjunto.

Este tipo de filtro apresenta como principal vantagem a facilidade de manutenção, além de um fácil acompanhamento visual da situação das seções filtrantes. Além disso a eventual administração de medicamentos e produtos químicos ao sistema é bastante facilitada por este sistema de filtração. Porém, a sua instalação nem sempre é fácil ou viável em aquários já montados pois alguns projetos de sump requerem a introdução de furos nas paredes do aquário.

Filtro de Plantas

Menos conhecida, mas nem por isso menos eficiente, é a utilização de plantas emersas como “elemento filtrante”. Utilizadas com o objetivo principal de retirar excessos de compostos contendo nitrogênio e fósforo, elas podem ser colocadas tanto diretamente dentro do aquário (pode ser inconveniente devido a problemas estéticos causados pelas raízes), como fora do mesmo, em algum recipiente que faça parte do percurso da água a ser filtrada.

Sua capacidade de absorção de nitratos é bastante elevada, tornando-se bastante úteis para o controle de algas. Além disso suas raízes servem como suporte adicional para colônias de bactérias.

Filtros tipo Wet-Dry

Também chamados de trickle filters, trata-se de um método de filtração essencialmente biológico, utilizado principalmente em aquarismo marinho. Consiste basicamente na introdução lenta (gotejamento ou aspersão) da água a ser tratada em uma coluna de material filtrante bacteriológico (contendo bio-balls), ocorrendo o processo pela atuação das bactérias em um meio aeróbico.

Dependendo do equipamento / projeto do filtro, pode haver uma pequena seção de pré-filtração mecânica antes da entrada da água na coluna de filtração. Neste processo é importante que não haja uma inundação da coluna de filtração, devendo-se prover uma boa aeração da água e das colônias de bactérias residentes nas bio-balls para que o processo aeróbico possa ter lugar.

É recomendável que a capacidade do filtro seja de pelo menos 10 % do volume do aquário, que as bio-balls sejam mantidas no escuro, e que a distribuição da água aspergida sobre as mesmas seja uniforme.

Um inconveniente deste tipo de filtro é a necessidade de mantermos as colônias de bactérias nas bio-balls sempre úmidas, sob pena de as vermos destruídas, o que torna este tipo de filtro bastante sensível a "acidentes", tais como falta de energia, quebra da bomba, etc. Nestas situações torna-se conveniente inundar temporariamente a torre de filtração para proteger as colônias de bactérias.

Filtros tipo Desnatador / Skimmer Filters

Este tipo de filtro é utilizado essencialmente em aquarismo marinho. Ele se baseia no fato de que substâncias químicas orgânicas são atraídas para a superfície de bolhas de ar. Desse modo, fazendo passar uma grande quantidade de bolhas através de uma coluna d’água, ocorre a formação de espuma contendo detritos orgânicos e substâncias químicas (arrastadas junto com as bolhas), na superfície. Ao remover esta espuma, fazemos uma excelente operação de limpeza com este procedimento simples.

Este processo só funciona bem em água com pH elevado e bastante salinidade, o que o torna específico para aquários de água salgada. Ele tem a excepcional capacidade de remover resíduos orgânicos da água antes que eles se decomponham, o que o torna um processo de excepcional valia.

O filtro skimmer é o maior responsável pela ampla difusão do aquarismo marinho a partir dos anos 90, devido à sua simplicidade e à alta qualidade da água obtida na sua utilização. A tendência atual em aquários de recifes de corais baseia-se no uso de skimmers e rochas-vivas, sem o emprego de filtros wet-dry. Esta linha de pensamento é conhecida como o “Método de Berlim”.

Um aspecto inconveniente deste filtro, na opinião de alguns, é que, juntamente com a matéria orgânica indesejável, ele também faz a “limpeza” de nutrientes e microorganismos (plâncton e bactérias) úteis ao ecossistema, de maneira indiscriminada. Seus defensores afirmam que a quantidade de matérial orgânico útil não é significativa em relação ao total removido, não chegando a perturbar o equilíbrio do sistema. Outro possível inconveniente é a liberação de odores desagradáveis, provenientes dos detritos retirados do aquário.

Filtros Desionizadores

A atuação deste tipo de filtros se baseia na absorção de íons dissolvidos, feita por certas resinas especiais.

A utilização destas resinas é relativamente recente, sendo as mesmas objeto de extensa pesquisa atualmente pelos fabricantes de equipamentos para aquários. Sua utilização é normalmente feita com o objetivo obter água mais livre de impurezas químicas para utilização em montagens que exigem manutenção mais crítica.

Filtros por Osmose Reversa

Este tipo de filtro é utilizado para a obtenção de água com elevado grau de pureza. Não é utilizado diretamente em aquários, mas como uma fonte de água de alta qualidade que deve ser “recondicionada” a seguir pela adição de produtos químicos destinados a produzir uma água com as características finais desejadas.

No momento não há fabricantes nacionais deste tipo de filtro, e os equipamentos e materiais de reposição dos mesmos tem atualmente um custo bastante elevado.

“Filtro” UV

Este tipo de dispositivo deveria ser mais propriamente chamado de esterilizador baseado em luz ultravioleta do que filtro, uma vez que da função conceituada como filtração no início desse artigo ele nada executa.

Sua atuação se dá através da circulação de água por um recipiente em que se encontra acesa uma lâmpada UV emitindo radiação em uma freqüência esterilizante: UV(C) ~250 Angstroms. A radiação ultravioleta mata células vivas (bactérias, algas, etc.), por meio da destruição do seu DNA, proporcionando um meio eficaz de controlar agentes patógenos.

Para que a ação da luz UV(C) seja eficaz, é necessário um tempo mínimo de exposição, com um fluxo entre 35 a 95 litros por hora por Watt, ou seja, tipicamente para uma lâmpada de 15 W o fluxo deverá estar entre 500 e 1400 litros por hora. No caso de projetos montados, como medida de segurança recomendamos adotar sempre os fluxos mínimos de modo a garantir a exposição máxima dos microorganismos do meio à radiação UV.

Problemas comuns que podem reduzir a eficiência e taxa de esterilização:
- Fazer a água fluir muito rápido pelo “filtro” UV.
- A obstrução da luz devido ao acúmulo de depósitos na superfície da lâmpada (processo gradual).
- O enfraquecimento da luz devido à idade da lâmpada (que tipicamente tem uma vida útil de seis meses.)

ATENÇÃO !!! A mesma propriedade desta luz que mata germes pode danificar os olhos humanos, portanto cuidados especiais devem ser tomados em relação à exposição dos olhos quer direta quer indiretamente à luz UV. Além disto esta radiação também pode causar sérios danos à pele humana, desde queimaduras até câncer de pele. Seu maior perigo está em que a vítima não tem qualquer sensação física (calor) ao ser exposta, não tendo portanto qualquer "aviso" dos danos que está sofrendo.

Observação: Este tipo de filtro é pouco eficaz contra algas azuis (cianobactérias), em virtude das mesmas possuírem um tipo diferenciado de material genético que é pouco sensível à radiação UV.

relacionamos a seguir os materiais filtrantes e auxiliares mais usados nos diversos tipos de filtros, com alguns comentários pertinentes a cada um deles.

Esponja de malha aberta
Este tipo de esponja é normalmente utilizado como suporte para as colônias de bactérias na filtração biológica. Um bom material substituto é obtido com o tipo de espuma utilizada em filtros de aparelhos de ar-condicionado.

Esponja de malha fechada
Este tipo de esponja é utilizado em filtros internos de espuma, cumprindo dupla função: filtragem mecânica e biológica.

Perlon
Este é o nome comercial dado ao tecido (manta) de lã acrílica utilizado em filtração. Como material substituto podemos utilizar as mantas acrílicas utilizadas no estofamento de móveis. O perlon está entre os materiais de filtração mecânica mais utilizados devido ao seu baixo custo e praticidade de uso.

Velas de cerâmica porosa ou fibra sintética
Estas velas do tipo utilizado em residências ou empresas para a filtragem de água potável, podem ser utilizadas com bons resultados em aquarismo. São encontradas em diferentes formatos e encaixes, dependendo de sua finalidade, devendo ser preferidas as de maior granulometria (ex.: 25 micra) para reduzir a freqüência de manutenção. Em emergências, podemos utilizar velas de menor granulometria (5 a 10 micra), com objetivos específicos como o tratamento de infestações por algas. Este tipo de uso destes filtros é denominado help-filter na terminologia aquarística.

Cartuchos específicos
Normalmente fornecidos pelos fabricantes para utilização em seus produtos específicos, os cartuchos podem conter combinações de diferentes materiais filtrantes, cumprindo mais de uma função simultaneamente. De utilização prática, porém com custo normalmente elevado, os cartuchos são descartáveis, não sendo passíveis portanto de reutilização.

Carvão ativado
Carvão mineral granulado ou em blocos, submetido a tratamento especial para criar poros, é um dos melhores e mais econômicos agentes da filtração química por suas propriedades adsorventes. É capaz de retirar diversas substâncias nocivas da água, entre as quais o cloro. Não possui ação bactericida e alguns tipos podem ter nitrato de prata como aditivo (cuidado com estes, não utilizar). Observe que, apesar de assim chamado, não existe exatamente um "carvão mineral", uma vez que todo carvão é resultado da queima incompleta de organismos biológicos (vegetais ou animais). O "carvão mineral" é assim chamado por ser extraído (minerado) de extensas jazidas subterrâneas, resultado de camadas de matéria orgânica enterrada em eras anteriores. Além disto outras substâncias também são utilizadas na fabricação de CA, tais como madeiras leves (produzem um CA muito poroso), e cascas de nozes (ex.: coco, que produzem um CA com poros de menor diâmetro), entre outras. Portanto, dependendo de sua origem, o carvão (mesmo o ativado) pode conter substâncias nocivas ao aquário, principalmente fosfatos. Por esse motivo é recomendável sua imersão antecipada (2 a 3 semanas) em água limpa, trocada freqüentemente, antes de sua colocação no(s) filtro(s). A relação a seguir nos dá uma idéia da capacidade de adsorção do CA em relação a diversas substâncias:

Alta a Muito Boa:
Antimônio, Arsênico, Bismuto, Branqueadores, Cloraminas, Cloretos, Cloro, Cromo, Corantes, Ouro, Peróxido de Hidrogênio, Inseticidas, Monocloramina, Odores, Pesticidas, Fenóis, Tanino, Tri-halometanos, Compostos orgânicos (aromáticos, éteres, cetonas, glicóis, halogenados, esteres, aldeídos, aminas), Gases em geral.

Boa a Moderada:
Ácido Acético, Cobalto, Detergentes, Sulfeto de Hidrogênio, Mercúrio, Ozônio, Permanganato de Potássio, Prata, Sabão, Solventes, Vinagre, Zircônio.

Fraca:
Cobre (complexos), Ferro (Fe3+), Chumbo, Níquel, Titânio, Vanádio.

Baixa a Nenhuma:
Amônia, Bário, Berilo, Cádmio, Dióxido de Carbono, Cobre, Ferro (Fe2+), Manganês, Molibdênio, Nitratos, Selênio, Tungstênio, Zinco.

Por ter uma estrutura química absolutamente neutra, o CA (livre de impurezas) não interfere diretamente nas características da água do aquário (Alcalinidade, Dureza, pH). Porém, ao adsorver substâncias diversas dissolvidas na água (umas mais que outras), o CA pode causar por via indireta modificações no ambiente, que não são totalmente previsíveis, pois dependem da natureza e das quantidades das substâncias dissolvidas na água tratada.

Carvão Vegetal
O carvão comum, do tipo utilizado para churrasco, também possui propriedades absorventes, porém em proporção muito inferior às do carvão ativado, pois não possui a estrutura porosa daquele.

Esse fato, associado ao maior risco de existência de fosfatos no seu interior, devido à queima recente, e à possibilidade de o mesmo ter sido obtido a partir de plantas que apresentem toxidez para os ocupantes do aquário nos fazem contra-indicar categoricamente sua utilização em filtros de aquários.

Resinas Deionizadoras
Desenvolvidas nos últimos anos, esses tipos de resinas acrescentam uma importante opção à etapa de filtração química, pois normalmente possuem maior capacidade de absorção e neutralização de íons do que o carbono ativado, servindo como excelentes substitutas (ou complementos) para o mesmo.

Xaxim
Xaxim é o nome vulgar de uma samambaia gigante de crescimento lento, (Dicksonia sellowiana) que pode alcançar 10 metros de altura. O xaxim que conhecemos vem do "tronco", na verdade uma raiz que se ergue suportando as folhas. Esse "tronco" é cortado em vasos, placas ou desfibrado. Material orgânico (fibras ou pó), extraído da samambaia, atualmente ameaçada de extinção pela super exploração, o xaxim tem propriedades levemente acidificantes contribuindo para “envelhecer” a água do aquário. Devido à ameaça de extinção da planta da qual é obtido o xaxim, existem hoje no país leis federais restringindo sua exploração. De nossa parte recomendamos aos colegas aquaristas absolutamente não mais utilizarem este material, contribuindo assim para a conservação da espécie.

Turfa
Material orgânico, extraído do solo de regiões específicas na Europa, a turfa apresenta propriedades semelhantes às do xaxim, sendo porém de mais difícil obtenção no Brasil. Alguns fabricantes de meios filtrantes apresentam embalagens contendo turfa tratada para utilização em seus equipamentos. A turfa é capaz de reduzir a dureza (GH) da água, suavizando-a. A maneira mais eficiente de suavizar a água usando turfa é arejar a água durante um bom tempo (1 a 2 semanas) em um recipiente contendo turfa previamente fervida. É possível colocar turfa natural nos filtros de aquários, porém esta técnica tem desvantagens: a turfa entope facilmente, pode turvar a água do aquário, e é difícil calcular a quantidade de turfa correta para cada caso, (usar quantidades erradas pode produzir efeitos indesejados).

Fibra de coco
Material orgânico alternativo, a fibra de coco ainda não possui suficiente “tempo de estrada” para proporcionar uma avaliação segura de suas propriedades. Estima-se que poderia ser um bom substituto para o xaxim (tal como em jardinagem), porém ainda não dispomos de confirmações seguras de seus efeitos em aquarismo. De nossa parte acreditamos que valeria a pena para todos nós aquaristas e para o meio-ambiente, fazermos análises e testes mais aprofundados para investigar a viabilidade de sua utilização como substituto do xaxim, pois trata-se de material renovável e de fácil obtenção em todo o país.

Bactérias
As bactérias constituem a base fundamental de toda a filtragem biológica. Sem elas seria muito difícil, se não impossível, mantermos ambientes perfeitamente equilibrados e saudáveis. Uma das suas principais funções é a sua atuação no ciclo do nitrogênio.

Plantas
As plantas, algumas espécies mais que outras, são também um importantíssimo agente de “filtragem” nos aquários. Elas tem a capacidade de absorver amônia e nitratos (pelas folhas e pelas raízes), contribuindo fortemente para a desintoxicação do meio em que estão mergulhadas. Além disso elas também servem de suporte para colônias de bactérias que reforçam a ação desintoxicante no interior do aquário.

Anéis de cerâmica porosa
Os anéis de cerâmica são utilizados para “hospedar” as colônias de bactérias da seção de filtragem biológica. São bastante convenientes por proporcionarem uma superfície ampliada (devido aos poros), para a fixação das bactérias, maximizando a utilização do espaço do filtro e a eficiência dele.

Velas de filtro de cerâmica (cacos)
Pedaços de vela de cerâmica porosa, do tipo utilizado em filtros de água domésticos, podem ser utilizados como um substituto válido (e econômico), para os anéis de cerâmica e também as bio-balls, para a hospedagem de colônias de bactérias. Possuindo uma ação alcalinizante no início, este material tende a perder este efeito após algum tempo de uso (maturação), quando passa a não mais interferir no pH do ambiente.

Bio-balls
Consistem em bolas de material plástico não tóxico (nylon, polietileno, poliuretano, etc), que apresentam uma superfície irregular, rugosa e com protuberâncias, destinadas a maximizar a ocupação pelas bactérias das colônias suportadas. Sua principal utilização é feita nas torres de filtração dos filtros do tipo wet-dry, usados no aquarismo marinho.

Rochas-Vivas
Assim são denominados genericamente os inúmeros tipos de organismo marinho constituintes dos bancos de corais (pólipos), responsáveis por importante papel na ecologia oceânica e "construtores" dos bancos de corais (reefs). Esses organismos são responsáveis por uma grande parte da “reciclagem” da matéria orgânica que poluiria o aquário (dejetos). Devem ser utilizadas, preferencialmente rochas-vivas de natureza calcária, que possuem grande diversidade de microorganismos benéficos. Eles contribuem para manter estáveis os níveis de nitritos, amônia e outras substâncias, agindo no interior do aquário..

Areia fluidizada
Os filtros de areia fluidizada chegaram recentemente ao mercado aquarístico. Eles executam uma filtragem biológica baseando-se no bombeamento da água através de um recipiente (tubo) onde se encontra a areia (partículas de sílica), nas quais estão fixadas colônias de bactérias. Este é um processo muito eficiente, o que lhes permite ter uma constituição compacta que os torna aptos a serem utilizados inclusive no interior de aquários.

Produtos Químicos
Produtos químicos diversos podem ser adicionados aos vários tipos de filtros, com a finalidade de auxiliar no condicionamento da água aos parâmetros desejados. Desse modo substâncias alcalinizantes, acidificantes, tamponadores (buffers), etc, podem ser facilmente incorporados ao processo de tratamento da água, simplificando a operação. A este respeito podemos fazer a seguinte consideração: só consideramos vantajoso interferir desta maneira no tratamento da água se for fácil tanto a incorporação quanto a retirada de substâncias no processo. Ou seja, se o tipo de filtro utilizado oferecer a possibilidade de uma reconfiguração fácil. Essa característica é essencial para a rápida correção de eventuais erros porventura introduzidos, que então poderá ser feita com um mínimo de trabalho. Caso o tipo de filtro em uso não ofereça esta facilidade, recomendamos introduzir as modificações através de outros métodos, que possam ser mais facilmente controlados.

Operações Auxiliares

Embora não possamos enquadrar exatamente como operações de filtração, não poderíamos deixar de referenciar as operações de Sifonagem, Tratamento de Água, e Trocas Parciais de Água (TPA) que, juntamente com a filtração, constituem a base da manutenção aquarística atual.

Sifonagem

De certa forma esta operação pode ser vista como uma forma de filtração especial e dirigida, destinada a remover detritos que, por seu tamanho ou posicionamento no aquário, não puderam ser removidos por meio da filtração regular. Esta operação consiste em aspirar por meio de uma mangueira, bomba, etc., os detritos depositados sobre o substrato, no fundo do aquário, tomando-se o cuidado de não revolver ou aspirar os grãos de areia ou cascalho do mesmo. Ela deve ser feita regularmente, sendo normal sua execução como ponto inicial de uma Troca Parcial de Água.

Tratamento de Água

Esta operação pode se tornar necessária para garantir que a água a ser introduzida no aquário esteja livre de gases tóxicos (como o Cloro), ou quaisquer outras substâncias que possam afetar de maneira prejudicial o aquário. Por isso, operações de ajuste de pH, dureza, alcalinidade, temperatura, neutralização ou eliminação de sais (íons), etc., podem se tornar necessárias mesmo para os que têm a felicidade de possuir uma boa fonte de água nas torneiras de suas residências.

Trocas Parciais de Água (TPA)

A troca periódica de parte da água do aquário é uma forma eficiente de reduzir uma parte das várias substâncias nocivas que não conseguem ser removidas pela filtragem e inevitavelmente acumulam no aquário, assim permitindo uma renovação na qualidade da água. As TPA's devem ser feitas regularmente, tipicamente a cada 1-2 semanas, recomendando-se geralmente que a quantidade de água substituída em cada operação seja em torno de 20 a 50% do volume total do aquário. Deve-se tomar cuidado para que a nova água a ser introduzida no aquário tenha propriedades tão próximas quanto possível da existente no mesmo (exceto se a troca tem o objetivo de corrigir algum parâmetro). Antes de realizarmos uma TPA é recomendável verificar os parâmetros da água do aquário e da água de reposição, de forma a evitar surpresas desagradáveis.

O Aquário e a Filtração

Temos, até o momento, falado acerca da filtração tentando dar ao texto um caráter “objetivo”. Está na hora de tecermos algumas considerações mais específicas, que levarão em conta as características dos diversos tipos de “complexo” aquarístico. Qualquer aquarista com um pouco de experiência sabe que aquários têm “personalidade”, ou seja, não há dois aquários que se comportem exatamente da mesma maneira. As variações existem em função dos mais diversos fatores, tais como o tamanho, a localização, a iluminação, as características da água, a população do aquário (qual o tipo e quantidade de espécimens que o habitam), a quantidade de vegetação existente no mesmo, o tipo de filtros agregados, a media filtrante utilizada, o fluxo d’água, etc.

Seria impossível abordar todos os casos possíveis, de modo que para simplificar, tentaremos classificar os aquários em algumas categorias, tais como:

Pelo Tamanho

A capacidade de um aquário (volume de água nele contido) é o principal fator determinante do nível de dificuldade na sua manutenção. Podemos, de uma forma simplista, agrupar os aquários em categorias como:
# Muito pequenos: (até 20 litros): denominados “nano-aquários” no jargão aquarístico, demandam manutenção de alto nível técnico;
# Pequenos (de 20 a 100 litros): ainda bastante exigentes em termos de manutenção;
# Médios (de 100 a 300 litros): esta é a faixa de tamanho ideal para iniciantes;
# Grandes (de 300 a 5000 litros): fáceis de manter, porém com maior carga de trabalho;
# Muito Grandes (acima de 5000 litros): aquários de centros de pesquisa, oceanários, etc.

Pela População Relativa

A população de um aquário, ou seja quantidade, tamanho, nível de atividade, etc., de seus ocupantes é outro dos fatores determinantes nas suas necessidades de filtração, pois a quantidade de dejetos produzidos é proporcional ao número e tipo de ocupantes do mesmo. Levando-se em consideração a “ocupação relativa” (cm de peixes por litro do aquário), poderíamos classificar, de maneira bem rudimentar, os aquários como:
# Escassamente Povoados (até 0,3 cm/litro): pouca geração de detritos;
# Medianamente Povoados (até 0,6 cm/litro);
# Densamente Povoados (até 1,0 cm/litro): maior volume de detritos;

Pela Destinação

As características da filtração dos aquários são também influenciadas pela qualidade de seus ocupantes, cuja natureza determina os parâmetros ideais da água para cada caso. Sendo os graus de dissolução das diversas substâncias, etc., influenciados pelas características da água (pH, temperatura, etc.), os parâmetros adotados para determinado aquário poderão tornar sua manutenção mais crítica. Isto é especialmente verdadeiro para alguns tipos de aquários mono-espécie e também para aquários marinhos.
# Aquários Comunitários: normalmente adotam parâmetros para a água próximos da neutralidade, o que os tornam mais “equilibrados”;
# Aquários Mono-espécie e/ou Biótopos (Discos, Ciclídeos Africanos, Kinguios, Killies, Guppys, etc.): dependendo da espécie podem requerer desvios significativos em relação à neutralidade, dos parâmetros da água (pH, dureza, temperatura, etc.), tornando sua manutenção mais crítica;
# Aquários Marinhos: são os mais exigentes em termos de manutenção;

Pela Vegetação

A vegetação aquática desempenha importante papel no tratamento da água de um aquário. Tanto pela função de fotossíntese (absorção de CO2 e liberação de O2), como pela capacidade de absorção de amônia e nitratos das plantas (algumas espécies mais que outras) as plantas aquáticas contribuem fortemente como agentes despoluidores do meio em que se encontram. Nem todas as plantas utilizadas em aquarismo possuem as propriedades acima, algumas tem uma função predominantemente ornamental. Mas, até mesmo estas, proporcionam superfícies submersas onde se fixarão colônias de bactérias, contribuindo também, mesmo que de forma indireta, para o tratamento da água. De acordo com sua vegetação, poderemos agrupar os aquários como:
# Sem Vegetação;
# Com pouca Vegetação;
# Com muita Vegetação (Aquários Plantados);
# Marinhos sem Rochas Vivas (rochas-vivas não são vegetação, mas sim animais complexos);
# Marinhos com Rochas-Vivas;

Resumo

Como resumo, de uma forma bastante simplificada poderemos dizer que:
# Quanto menor o aquário mais crítica é sua manutenção;
# Quanto mais densamente povoados maiores suas exigências;
# Aquários mono-espécie são normalmente mais exigentes do que aquários comunitários;
# Aquários sem vegetação apresentam maior dificuldade de manutenção;
# Aquários plantados podem ser mais exigentes, ou mais fáceis, em função do tipo de plantas colocadas nos mesmos;
# Aquários marinhos com rochas-vivas têm um delicado equilíbrio a ser mantido;
# A qualidade da água de torneira disponível poderá facilitar ou complicar bastante a manutenção de determinados setup's

Do acima exposto podemos concluir que o clássico “peixinho dourado em um pequeno aquário redondo” é, provavelmente, o pior dos casos em termos de manutenção e qualidade de vida.

Este artigo foi extraído e editado do site http://www.aquahobby.com/articles

sábado, 11 de outubro de 2008

Sobre Iluminação no aquário

A luz do sol, como fonte de iluminação natural que é, seria sem dúvida a iluminação ideal para os nossos aquários, isso se não fosse o fato de não podermos controlar a sua intensidade. Fora este fato também temos o problema de que na natureza os animais e as plantas estão acostumados a receber a luz solar na vertical, ou seja, de cima para baixo, e o deslocamento da fonte luminosa para posições laterais causa-lhes grandes transtornos quanto ao seu desenvolvimento e movimentação.

Logicamente que seguindo o bom senso e mantendo uma boa atenção nos aquários expostos à luz solar, conseguiremos bons resultados. Temos ainda o problema estético, já que uma fonte luminosa posicionada lateralmente prejudica muito o efeito decorativo do aquário, e isso é um problema sério, pois geralmente a luz solar entra em nossas casas através de janelas e portas, incidindo diretamente na lateral do aquário.

Nestas condições a planta tem tendência a desenvolver o seu organismo com as folhas voltadas para a luz, de forma a obter melhor proveito da energia luminosa. Já vi relatos de que os peixes do fulano começaram a nadar de lado de forma que o dorso fica-se voltado para a fonte luminosa, mas da minha parte não acredito que isso possa ocorrer, e se ocorrer acredito que não seja com freqüência.

Uma alternativa para quem quer utilizar a luz solar como iluminação principal para o aquário é se utilizar uma clarabóia, assim a luz do sol incidiria sobre o aquário verticalmente e não horizontalmente. Por outro lado, o controle da intensidade luminosa pode-se torna bastante difícil de se obter, pois temos que considerar que as condições luminosas variam bastante conforme os dias e estações climáticas do ano. A tentativa de atenuar a intensidade luminosa com materiais transparentes ou até mesmo coloridos também não é eficaz, pois vai também provocar alterações prejudiciais na constituição da luz.

Por estes motivos, recorre-se de uma forma geral a utilização de uma fonte de luz artificial para iluminar o aquário.

A luz do sol e a iluminação artificial

A luz quer seja solar quer seja artificial, faz parte de uma vasta gama de radiações, chamadas eletromagnéticas, a que pertencem também os raios x, o rádio, a televisão, o radar e etc.

A energia luminosa propaga-se a uma velocidade constante e através de movimentos ondulatórios semelhantes ao efeito das ondas na água. A luz é formada por diversas radiações mais ou menos delimitadas por determinados comprimentos de onda. As várias radiações que constituem a luz solar formam o chamado espectro solar. Cada uma destas radiações tem determinada coloração e do seu conjunto resulta a luz solar, normalmente chamada de luz branca. A dissociação da luz solar nas diversas radiações coloridas constituintes pode ser obtida experimentalmente fazendo passar um raio luminoso através de um prisma de vidro. Este processo pode ser observado naturalmente através das gotículas de água em suspensão na atmosfera, dando origem aos famosos arco-íris.

Assim sendo, no espectro solar visível pelo olho humano, as radiações coloridas ficam distribuídas do violeta ao vermelho escuro com as diversas colorações intermediárias e cada uma destas cores está mais ou menos definida por determinados comprimentos de onda.

O comprimento de onda mede-se através de uma unidade chamada nanômetro (nm) que corresponde a um bilionésimo de um metro. Abaixo das radiações de 380 nm ficam as radiações ultravioletas, já não visíveis por nós. Depois temos o violeta compreendido entre 380 e 430 nm, o azul entre 430 e 470 nm, o azul-esverdeado entre 470 e 500 nm, o verde entre 500 e 560 nm, o amarelo entre 560 e 600 nm, o laranja entre 600 nm e 640 nm, o vermelho-claro entre 640 e 710 nm, e o vermelho-escuro entre 710 e 780 nm, após vem os infravermelhos já não visíveis por nós, mas sentimos sob a forma de calor.

Cada uma destas radiações luminosas tem uma determinada temperatura de cor, que vão dos tons frios no azul e verde aos tons quentes nos laranja e vermelho.

De toda essas radiações, as que sensibilizam mais a visão humana em termos de intensidade luminosa (mais luz) são as compreendidas entre os 500 e 600 nm, portanto as de coloração próxima ao verde.

Mas afinal o que é cor? Cada matéria absorve determinadas radiações luminosas e reflete ou deixa-se atravessar por outras. São essas radiações refletidas ou filtradas pelos diversos objetos que determinam para nós a sua coloração. Por exemplo, uma bola pintada com determinado material que reflete o vermelho e absorve todas as outras radiações é para nós uma bola vermelha.

Pois bem, vamos agora levar em consideração as nossas plantas. Todas elas têm clorofila que é de cor verde. Ora se a clorofila é de cor verde isso significa que as radiações de cor verde são refletidas, portanto não aproveitadas pelas vegetais e só as outras radiações constituintes do espectro solar é que são absorvidas pelas plantas.

Enfim chegamos aqui à conclusão (eu cheguei você não ???) de que um modo geral, um aquário bem iluminado para nós, significa para as plantas um local escuro em termos de função clorofilina, e como nós sabemos sem realizar a fotossíntese as plantas não conseguem sintetizar os alimentos necessários para o seu desenvolvimento satisfatório.

Então para que a fotossíntese possa se realizar, as plantas precisam dispor principalmente das radiações azuis (430 a 470 nm), laranja (600 a 640 nm) e vermelhas (640 a 750 nm).

Vamos agora falar um pouco sobre algumas lâmpadas, já vou avisando que não vou citar todas as existentes no mercado pois do contrário nós iríamos nos aprofundar por demais, visto que isto aqui é mais um texto “básico”, mas é uma base, de onde você pode partir para outras lâmpadas.


Lâmpadas incandescentes

Este tipo de lâmpada emite a luz resultante do aquecimento de um filamento de metal encerrado dentro de um corpo de vidro.

Quanto maior for a temperatura que aquece o filamento, maior é a temperatura de cor emitida, e as radiações emitidas por essas lâmpadas e normalmente elas ficam na casa dos 750 a 1100 nm. Essa faixa de radiação avermelhada, muito embora seja importante para a fotossíntese, não estão complementadas pelas ondas azuis, e por isso provocam nos vegetais um desenvolvimento anormal, fazendo com que os caules fiquem alongados e as folhas fiquem esguias. Enfim as plantas tendem a se desenvolver mais em altura.

E também este tipo de iluminação, tem uma radiação que sensibiliza pouco a visão humana, o que torna necessário dispor de uma maior intensidade luminosa para conseguir obter uma iluminação agradável do aquário, alem de gastar mais energia elétrica.


Lâmpadas fluorescentes

Essas lâmpadas são constituídas por um tubo de vidro cheio de vapor de mercúrio, a baixa pressão, em cujas extremidades são colocados dois eletrodos (espirais de tungstênio), revestidos de uma substância emissora.

A descarga elétrica entre esses dois eletrodos atravessa o vapor de mercúrio e da origem a energia luminosa cujo espectro se situa nos ultravioletas. E é através de uma camada de pó fluorescente que reveste interiormente a lâmpada que os ultravioletas se tornam visíveis para nós.

Sabe aquelas lâmpadas UV, então essas lâmpadas germicidas emitem um espectro ultravioleta para que nós possamos tentar eliminar do aquário os “seres malignos”, e são a forma mais simples de utilizarmos na integra a emissão desta radiação, uma vez que não tem a barreira do pó fluorescente. Também nestas lâmpadas o tubo é de quartzo e não de vidro, já que este tem a propriedade de filtrar os raios ultravioletas.

As primeiras lâmpadas fluorescentes emitiam a maior parte de suas radiações entre os tons azul e verde, uma vez que esta é a faixa que mais sensibiliza o olho humano.

Porém essas lâmpadas com predominância de radiações azuladas também não são ideais para iluminar as plantas, embora essas radiações desta faixa sejam também úteis para a fotossíntese, quando usadas em exclusivo fazem com que as plantas fiquem pequenas e com as folhas largas.

Mas com o progresso da técnica na fabricação destas lâmpadas, foram desenvolvidos pós fluorescentes que permitem conseguir os mais variados espectros luminosos, e agora dispomos de lâmpadas fluorescentes que reproduzem de uma forma muito aproximada à luz solar, outras que emitem radiações mais apropriadas para a realização da fotossíntese, essas especialmente dedicadas ao cultivo de plantas, etc.


Uma iluminação artificial adequada

Vamos dividir as lâmpadas fluorescentes de acordo com os seus espectros luminosos em quatro grupos. As do tipo “Gro-Lux” que tem um bom rendimento nos azuis e especialmente nos vermelhos; As lâmpadas fluorescentes de tonalidade fria com predominância de radiações azuladas; As de tonalidade quente com melhor rendimento nos vermelhos; E as lâmpadas fluorescentes do tipo “Luz do dia”, que tem um espectro parecido com o da luz solar.

Agora conforme as necessidades das plantas e levando em conta o aspecto luminoso do aquário, devemos levar em consideração as seguintes situações:

- Um aquário iluminado apenas com lâmpadas do tipo “Gro-Lux”, embora tenha as condições ideais para o desenvolvimento das plantas, não apresenta uma boa restituição das cores tantos das plantas como dos peixes, e representa para nós um aquário mau iluminado. Então para se obter uma melhor restituição da cores e conseguir uma intensidade luminosa mais agradável para os olhos humanos, é conveniente se associar as lâmpadas do tipo “Gro-Lux” outras com melhor rendimento na zona dos azuis.

- Um aquário iluminado exclusivamente com lâmpadas do tipo “Luz do dia” que reproduzem mais ou menos a luz do sol, tem para nós uma iluminação bastante natural e reproduz as cores com bastante fidelidade. Mas para as plantas este tipo de iluminação não é natural como para nós, pois essas lâmpadas são pobres em tons quentes. A solução consistirá então, em beneficiar as plantas com a associação de outras lâmpadas com um rendimento particularmente melhor nos vermelhos.

- Talvez, a melhor forma de solucionar problemas de iluminação, a contento das plantas e a nosso contento, consistirá talvez numa associação de lâmpadas fluorescentes com radiações predominantes, umas no tons de azuis e outras nos tons vermelhos.

É claro que isso não é uma “cura” definitiva e a prova de falhas, pois ainda irá depender da experiência e pratica de cada aquarista.


Montando a iluminação

Depois de escolhidas as nossas lâmpadas, temos que estudar a melhor forma de colocarmos elas no aquário (não “no aquário”, mas acho que deu para entender).

É aconselhável também, que a gente pinte o interior da calha de iluminação com uma tinta branca, ou da mesma forma que eu faço, colocar um papel alumínio, a fim de aproveitar mais a iluminação.

Num primeiro momento, você chegaria a conclusão que a melhor forma de espalhar as lâmpadas na calha seria mistura-las de uma forma alternada de modo a obter uma iluminação mais uniforme possível (você pensaria assim, ou não, vai pode concordar, não faz mal), mas aí entram questões, principalmente de ordem estética, já que é melhor que a gente use as lâmpadas de cores quentes na parte de trás do aquário e as de tons frios mais na parte da frente.

Por que??? Porque como os tons frios sensibilizam mais a nossa visão, esta disposição das lâmpadas ira resultar numa atenuação gradual da luz da parte da frente para o fundo, criando assim uma sensação de profundidade.

Depois porque, como se sabe as plantas se desenvolvem mais em altura sob radiações quentes e tendem a ficar menores sob a ação de radiações frias. Então esta disposição vai criar (ou pode ajudar a criar) uma progressiva elevação das plantas da parte da frente para a parte de trás, o que também deixa o aquário com um aspecto mais decorado.

Ainda em tempo, deve-se esclarecer que as plantas situadas na parte de trás do aquário não recebem exclusivamente radiações de tons quentes, e nem as da frente recebem somente radiações de tons frios. Isto porque a água e as inevitáveis partículas em suspensão encarregam-se de difundir a luz de modo que todas elas recebam uma mistura de todas essas radiações, embora seja evidente que num ponto ou em outro selecionado (conforme a disposição das lâmpadas) haver mais radiações de um espectro ou de outro, dando origem assim ao efeito desejável.


Como falei no começo não me aprofundei muito para não ficar mais extenso do que já ficou. Mais se você se interessar existem no mercado lâmpadas excelentes, como as HQI (muito boas, mais gastam muito e esquentam demais, mais o fator custo beneficio é ótimo), temos as T5 (nova tendência na aquariofilia, com maior rendimento que as HQI e menor consumo, mais ainda são muito caras), e também tem umas chamadas de Power Compact que usam soquetes de 4 pinos e tem um bom rendimento, essas mais baratas, com menor consumo e alta durabilidade (estimada pelos fabricantes de até 24 meses sem perda de rendimento).

fonte:http://www.forumaquario.com.br/portal/tx_iluminacao2.html

domingo, 5 de outubro de 2008

Fotos Recentes

Uma visão do tanque da parte direita do mesmo onde após uma crise de ictio tive que comprar novas plantas para refazer o fundo que ficou sem nenhuma planta comprei Cabombas, Pinheirinho matogrossense





O fundo ficou muito bom, as plantas já demonstram adaptações com o meu mini - ecossistema já estão abertas







O Pinheiro Matogrossense é uma planta com folhas finas e com tronco avermelhado prefere iluminação forte e em tom mais Rosado como é o cado das Gro - lux e Aqua - glo que tem espectro puxado para o rosa





Essa é uma Hygrophila Stricta planta que forma "moitas" requer iluminação média e tem crescimento médio de acordo com pessoas que já a cultivaram fica muito bonita quando forma moitas






Cabomba Verde planta de crescimento rápido e que não necessita de muitos cuidados, essa planta me despertou muito interesse nunca a tinha visto em lugar algum para comprar isso foi uma pena pois já teria colocado ela no meu plantado a muito tempo.





Fotos anteriores

A visão to tanque de lateral...a posição que particularmente eu mais gosto







A Molinésia maior que esta ao meio amarela era a mais velha do aquário esta foto é em homenagem a ela, porque depois de uma contaminação no tanque por ictio ela veio a falecer....realmente uma tristeza....foi a primeira a entrar no tanque quando o montei a quase um ano....




As plantas as fundo são as minha elódeas que tem crescimento muito rápido no canto direito ao fundo são valisnérias spiralis mais a frene exemplares de rabo de raposa que hoje não existem mais no tanque porque foram removidas após ficarem muito finas e feias....

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ICTIO - A famosa doença dos pontos brancos

O Íctio é uma doença causada por um protozoário (Ichthyophtirius multifilis) presente no aquário. Peixes com escamas pequenas como Labeos e Botias são particularmente suceptíveis ao ataque deste parasito.
Os primeiros sintomas da doença são respiração acelerada, vermelhidão das brânquias, pequenos pontos brancos na pele como se o peixe estivesse polvilhado com açúcar. Movimentos rápidos se esfregando em pedras e troncos também é um sintoma bastante comum.

Antes de prosseguir com o tratamento é interessante saber exatamente como o protozoário atua.
A doença possui três estágios distintos: trofonte, tomonte e teronte.
Os pontos brancos são visíveis na fase trofonte. Os pontos brancos são na verdade pequenas feridas na pele do peixe cavadas em seu caminho de dentro para fora. Abaixo de cada ponto branco existe um cisto contendo centenas de parasitos se multiplicando. Nesta fase da doença os medicamentos não surtem qualquer efeito.
Quando os cistos amadurecem eles se rompem liberando milhares de indivíduos da forma tomonte na água. Elas desenvolvem uma camada gelatinosa em seu redor assim que sai do cisto e se aderem ao substrato ou decoração de seu aquário e começam seu segundo estágio reprodutivo. Quando os tomontes estão maduros eles são libertados novamente na água (agora chamados terontes) e nadam à procura de um hospedeiro para dar continuidade ao ciclo. É somente nesta terceira fase que os medicamentos irão atuar.
O tempo que dura cada uma das três etapas do ciclo acima depende da temperatura da água. Quanto mais quente, mais rápido é o ciclo.

Existem vários medicamentos disponíveis para tratar o Íctio no mercado mas os mais efetivos geralmente são à base de formol, sulfato de cobre ou verde malaquita. Outros tratamentos que também surtem efeito usam sal grosso, o azul de metileno ou acriflavina.

Entre os diversos tratamentos possíveis aqui está uma sugestão:

Dia 1 do tratamento:
Eleve a temperatura da água gradualmente para 30°C (ou mais, se seus peixes aguentarem).

Faça uma Troca Parcial de Água (TPA) de 50% com sifonagem do sustrato. Este procedimento já irá remover grande parte do protozoário de seu aquário.

Remova o carvão ativo de seu sistema de filtragem já que ele adsorve os medicamentos. Jogue-o fora pois ele também poderá conter o protozoário aderido a ele.
Caso use Purigen, remova-o e proceda sua limpeza regular com água sanitária.

Tente aumentar a aeração do aquário seja colocando uma bomba extra de circulação ou baixando um pouco o nível da água para permitir melhor oxigenação. Peixes com Íctio ficam mais carentes de oxigênio.

Apague as luzes do aquário.

Aplique a medicação na dose recomendada.
Ela pode ser Oodinicida Atlantys, Parasiticida Atlantys ou Labcon Ictio

ATENÇÃO: No caso de peixes sensíveis como Botias, Labeos, Corydoras ou Cascudos a dose deve ser dividida por 2.

Dias 2,3 e 4 do tratamento:
Deixe a medicação agir.

Dia 5 do tratamento:
Sifonagem do substrato e TPA de 50%, repondo o medicamento perdido.

Dias 6, 7 e 8:
Deixe a medicação agir mesmo que já não existam pontos brancos em seus peixes.

Dia 9:
Sifonagem do substrato e TPA de 50%, repondo o medicamento perdido.

Dias 10, 11 e 12:
Deixe a medicação agir.

Dia 13:
Sifonagem do substrato e TPA de 50%, repondo o medicamento perdido.

Dias 14, 15 e 16:
Deixe a medicação agir. A essa altura os pontos brancos já devem ter desaparecido e os peixes não mais se esfregam em troncos, pedras ou substrato.

Dia 17:
Supondo que os sintomas externos já tenham desaparecido a pelo menos 2 dias, fim do tratamento!

Faça uma nova TPA de 50% com sifonagem, coloque carvão ativo em seu filtro e acenda as luzes.


Notas:

O uso de filtros UV durante o tratamento é um aliado e portanto recomendado.

A infestação por Íctio é por si só bastante estressante para o peixe. Associada à alta temperatura e à presença de remédios na água torna o quadro ainda mais grave. Para piorar, alguns remédios podem atacar as bactérias de sua filtragem biológica (que já estarão diminuídas pelas TPAs) então é possível que durante o tratamento os níveis de amônia e de nitritos venha a subir. Recomendo a monitoração de tais níveis durante o tratamento.

Algumas pessoas recomendam colocar sal grosso simultaneamente com os medicamentos. Fique atento a isto pois os peixes mais frágeis podem não tolerá-lo.

O melhor tratamento sempre é a prevenção!

Evite introduzir peixes recém adquiridos no aquário. Uma quarentena é desejável. Durante este tempo poderemos observar os novos peixes e se necessário tratá-los antes da introdução no aquário principal.

Nunca coloque água de outro aquário no seu por mais confiável que lhe possa parecer.

Sifonagens e TPAs regulares costumam manter a qualidade de sua água mais apropriada para seus peixes.