sábado, 11 de outubro de 2008

Sobre Iluminação no aquário

A luz do sol, como fonte de iluminação natural que é, seria sem dúvida a iluminação ideal para os nossos aquários, isso se não fosse o fato de não podermos controlar a sua intensidade. Fora este fato também temos o problema de que na natureza os animais e as plantas estão acostumados a receber a luz solar na vertical, ou seja, de cima para baixo, e o deslocamento da fonte luminosa para posições laterais causa-lhes grandes transtornos quanto ao seu desenvolvimento e movimentação.

Logicamente que seguindo o bom senso e mantendo uma boa atenção nos aquários expostos à luz solar, conseguiremos bons resultados. Temos ainda o problema estético, já que uma fonte luminosa posicionada lateralmente prejudica muito o efeito decorativo do aquário, e isso é um problema sério, pois geralmente a luz solar entra em nossas casas através de janelas e portas, incidindo diretamente na lateral do aquário.

Nestas condições a planta tem tendência a desenvolver o seu organismo com as folhas voltadas para a luz, de forma a obter melhor proveito da energia luminosa. Já vi relatos de que os peixes do fulano começaram a nadar de lado de forma que o dorso fica-se voltado para a fonte luminosa, mas da minha parte não acredito que isso possa ocorrer, e se ocorrer acredito que não seja com freqüência.

Uma alternativa para quem quer utilizar a luz solar como iluminação principal para o aquário é se utilizar uma clarabóia, assim a luz do sol incidiria sobre o aquário verticalmente e não horizontalmente. Por outro lado, o controle da intensidade luminosa pode-se torna bastante difícil de se obter, pois temos que considerar que as condições luminosas variam bastante conforme os dias e estações climáticas do ano. A tentativa de atenuar a intensidade luminosa com materiais transparentes ou até mesmo coloridos também não é eficaz, pois vai também provocar alterações prejudiciais na constituição da luz.

Por estes motivos, recorre-se de uma forma geral a utilização de uma fonte de luz artificial para iluminar o aquário.

A luz do sol e a iluminação artificial

A luz quer seja solar quer seja artificial, faz parte de uma vasta gama de radiações, chamadas eletromagnéticas, a que pertencem também os raios x, o rádio, a televisão, o radar e etc.

A energia luminosa propaga-se a uma velocidade constante e através de movimentos ondulatórios semelhantes ao efeito das ondas na água. A luz é formada por diversas radiações mais ou menos delimitadas por determinados comprimentos de onda. As várias radiações que constituem a luz solar formam o chamado espectro solar. Cada uma destas radiações tem determinada coloração e do seu conjunto resulta a luz solar, normalmente chamada de luz branca. A dissociação da luz solar nas diversas radiações coloridas constituintes pode ser obtida experimentalmente fazendo passar um raio luminoso através de um prisma de vidro. Este processo pode ser observado naturalmente através das gotículas de água em suspensão na atmosfera, dando origem aos famosos arco-íris.

Assim sendo, no espectro solar visível pelo olho humano, as radiações coloridas ficam distribuídas do violeta ao vermelho escuro com as diversas colorações intermediárias e cada uma destas cores está mais ou menos definida por determinados comprimentos de onda.

O comprimento de onda mede-se através de uma unidade chamada nanômetro (nm) que corresponde a um bilionésimo de um metro. Abaixo das radiações de 380 nm ficam as radiações ultravioletas, já não visíveis por nós. Depois temos o violeta compreendido entre 380 e 430 nm, o azul entre 430 e 470 nm, o azul-esverdeado entre 470 e 500 nm, o verde entre 500 e 560 nm, o amarelo entre 560 e 600 nm, o laranja entre 600 nm e 640 nm, o vermelho-claro entre 640 e 710 nm, e o vermelho-escuro entre 710 e 780 nm, após vem os infravermelhos já não visíveis por nós, mas sentimos sob a forma de calor.

Cada uma destas radiações luminosas tem uma determinada temperatura de cor, que vão dos tons frios no azul e verde aos tons quentes nos laranja e vermelho.

De toda essas radiações, as que sensibilizam mais a visão humana em termos de intensidade luminosa (mais luz) são as compreendidas entre os 500 e 600 nm, portanto as de coloração próxima ao verde.

Mas afinal o que é cor? Cada matéria absorve determinadas radiações luminosas e reflete ou deixa-se atravessar por outras. São essas radiações refletidas ou filtradas pelos diversos objetos que determinam para nós a sua coloração. Por exemplo, uma bola pintada com determinado material que reflete o vermelho e absorve todas as outras radiações é para nós uma bola vermelha.

Pois bem, vamos agora levar em consideração as nossas plantas. Todas elas têm clorofila que é de cor verde. Ora se a clorofila é de cor verde isso significa que as radiações de cor verde são refletidas, portanto não aproveitadas pelas vegetais e só as outras radiações constituintes do espectro solar é que são absorvidas pelas plantas.

Enfim chegamos aqui à conclusão (eu cheguei você não ???) de que um modo geral, um aquário bem iluminado para nós, significa para as plantas um local escuro em termos de função clorofilina, e como nós sabemos sem realizar a fotossíntese as plantas não conseguem sintetizar os alimentos necessários para o seu desenvolvimento satisfatório.

Então para que a fotossíntese possa se realizar, as plantas precisam dispor principalmente das radiações azuis (430 a 470 nm), laranja (600 a 640 nm) e vermelhas (640 a 750 nm).

Vamos agora falar um pouco sobre algumas lâmpadas, já vou avisando que não vou citar todas as existentes no mercado pois do contrário nós iríamos nos aprofundar por demais, visto que isto aqui é mais um texto “básico”, mas é uma base, de onde você pode partir para outras lâmpadas.


Lâmpadas incandescentes

Este tipo de lâmpada emite a luz resultante do aquecimento de um filamento de metal encerrado dentro de um corpo de vidro.

Quanto maior for a temperatura que aquece o filamento, maior é a temperatura de cor emitida, e as radiações emitidas por essas lâmpadas e normalmente elas ficam na casa dos 750 a 1100 nm. Essa faixa de radiação avermelhada, muito embora seja importante para a fotossíntese, não estão complementadas pelas ondas azuis, e por isso provocam nos vegetais um desenvolvimento anormal, fazendo com que os caules fiquem alongados e as folhas fiquem esguias. Enfim as plantas tendem a se desenvolver mais em altura.

E também este tipo de iluminação, tem uma radiação que sensibiliza pouco a visão humana, o que torna necessário dispor de uma maior intensidade luminosa para conseguir obter uma iluminação agradável do aquário, alem de gastar mais energia elétrica.


Lâmpadas fluorescentes

Essas lâmpadas são constituídas por um tubo de vidro cheio de vapor de mercúrio, a baixa pressão, em cujas extremidades são colocados dois eletrodos (espirais de tungstênio), revestidos de uma substância emissora.

A descarga elétrica entre esses dois eletrodos atravessa o vapor de mercúrio e da origem a energia luminosa cujo espectro se situa nos ultravioletas. E é através de uma camada de pó fluorescente que reveste interiormente a lâmpada que os ultravioletas se tornam visíveis para nós.

Sabe aquelas lâmpadas UV, então essas lâmpadas germicidas emitem um espectro ultravioleta para que nós possamos tentar eliminar do aquário os “seres malignos”, e são a forma mais simples de utilizarmos na integra a emissão desta radiação, uma vez que não tem a barreira do pó fluorescente. Também nestas lâmpadas o tubo é de quartzo e não de vidro, já que este tem a propriedade de filtrar os raios ultravioletas.

As primeiras lâmpadas fluorescentes emitiam a maior parte de suas radiações entre os tons azul e verde, uma vez que esta é a faixa que mais sensibiliza o olho humano.

Porém essas lâmpadas com predominância de radiações azuladas também não são ideais para iluminar as plantas, embora essas radiações desta faixa sejam também úteis para a fotossíntese, quando usadas em exclusivo fazem com que as plantas fiquem pequenas e com as folhas largas.

Mas com o progresso da técnica na fabricação destas lâmpadas, foram desenvolvidos pós fluorescentes que permitem conseguir os mais variados espectros luminosos, e agora dispomos de lâmpadas fluorescentes que reproduzem de uma forma muito aproximada à luz solar, outras que emitem radiações mais apropriadas para a realização da fotossíntese, essas especialmente dedicadas ao cultivo de plantas, etc.


Uma iluminação artificial adequada

Vamos dividir as lâmpadas fluorescentes de acordo com os seus espectros luminosos em quatro grupos. As do tipo “Gro-Lux” que tem um bom rendimento nos azuis e especialmente nos vermelhos; As lâmpadas fluorescentes de tonalidade fria com predominância de radiações azuladas; As de tonalidade quente com melhor rendimento nos vermelhos; E as lâmpadas fluorescentes do tipo “Luz do dia”, que tem um espectro parecido com o da luz solar.

Agora conforme as necessidades das plantas e levando em conta o aspecto luminoso do aquário, devemos levar em consideração as seguintes situações:

- Um aquário iluminado apenas com lâmpadas do tipo “Gro-Lux”, embora tenha as condições ideais para o desenvolvimento das plantas, não apresenta uma boa restituição das cores tantos das plantas como dos peixes, e representa para nós um aquário mau iluminado. Então para se obter uma melhor restituição da cores e conseguir uma intensidade luminosa mais agradável para os olhos humanos, é conveniente se associar as lâmpadas do tipo “Gro-Lux” outras com melhor rendimento na zona dos azuis.

- Um aquário iluminado exclusivamente com lâmpadas do tipo “Luz do dia” que reproduzem mais ou menos a luz do sol, tem para nós uma iluminação bastante natural e reproduz as cores com bastante fidelidade. Mas para as plantas este tipo de iluminação não é natural como para nós, pois essas lâmpadas são pobres em tons quentes. A solução consistirá então, em beneficiar as plantas com a associação de outras lâmpadas com um rendimento particularmente melhor nos vermelhos.

- Talvez, a melhor forma de solucionar problemas de iluminação, a contento das plantas e a nosso contento, consistirá talvez numa associação de lâmpadas fluorescentes com radiações predominantes, umas no tons de azuis e outras nos tons vermelhos.

É claro que isso não é uma “cura” definitiva e a prova de falhas, pois ainda irá depender da experiência e pratica de cada aquarista.


Montando a iluminação

Depois de escolhidas as nossas lâmpadas, temos que estudar a melhor forma de colocarmos elas no aquário (não “no aquário”, mas acho que deu para entender).

É aconselhável também, que a gente pinte o interior da calha de iluminação com uma tinta branca, ou da mesma forma que eu faço, colocar um papel alumínio, a fim de aproveitar mais a iluminação.

Num primeiro momento, você chegaria a conclusão que a melhor forma de espalhar as lâmpadas na calha seria mistura-las de uma forma alternada de modo a obter uma iluminação mais uniforme possível (você pensaria assim, ou não, vai pode concordar, não faz mal), mas aí entram questões, principalmente de ordem estética, já que é melhor que a gente use as lâmpadas de cores quentes na parte de trás do aquário e as de tons frios mais na parte da frente.

Por que??? Porque como os tons frios sensibilizam mais a nossa visão, esta disposição das lâmpadas ira resultar numa atenuação gradual da luz da parte da frente para o fundo, criando assim uma sensação de profundidade.

Depois porque, como se sabe as plantas se desenvolvem mais em altura sob radiações quentes e tendem a ficar menores sob a ação de radiações frias. Então esta disposição vai criar (ou pode ajudar a criar) uma progressiva elevação das plantas da parte da frente para a parte de trás, o que também deixa o aquário com um aspecto mais decorado.

Ainda em tempo, deve-se esclarecer que as plantas situadas na parte de trás do aquário não recebem exclusivamente radiações de tons quentes, e nem as da frente recebem somente radiações de tons frios. Isto porque a água e as inevitáveis partículas em suspensão encarregam-se de difundir a luz de modo que todas elas recebam uma mistura de todas essas radiações, embora seja evidente que num ponto ou em outro selecionado (conforme a disposição das lâmpadas) haver mais radiações de um espectro ou de outro, dando origem assim ao efeito desejável.


Como falei no começo não me aprofundei muito para não ficar mais extenso do que já ficou. Mais se você se interessar existem no mercado lâmpadas excelentes, como as HQI (muito boas, mais gastam muito e esquentam demais, mais o fator custo beneficio é ótimo), temos as T5 (nova tendência na aquariofilia, com maior rendimento que as HQI e menor consumo, mais ainda são muito caras), e também tem umas chamadas de Power Compact que usam soquetes de 4 pinos e tem um bom rendimento, essas mais baratas, com menor consumo e alta durabilidade (estimada pelos fabricantes de até 24 meses sem perda de rendimento).

fonte:http://www.forumaquario.com.br/portal/tx_iluminacao2.html

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